sábado, 13 de setembro de 2008

Abaixo ao Curso de Graduação de Segurança Pública na UFF

Abaixo ao Curso de Graduação de Segurança Pública na UFF
Por Uma Expansão Popular!!!!
Nas últimas semanas foi apresentado aos representantes docentes do colegiado do Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF) o plano de expansão do instituto, intitulado Projeto ICHF Qualidade em Expansão. Esse plano foi criado principalmente pela ação do professor Roberto Kant de Lima (Antropologia) e Francisco Assis Palharini (Chefe do Instituto e prof. Do Departamento de Antropologia). Esse projeto propõe a criação de um curso de graduação em segurança pública (presencial e a distância) e de antropologia. Além disso, como parte da suposta expansão é colocado a necessidade de criação de um novo prédio para atender as novas necessidades.
Esse Plano se insere dentro do contexto federal ao se articular muito bem com o REUNI, aprovado ano passado no Palácio da Justiça, cercado pela Polícia Militar. Há muitos anos o Núcleo Fluminense de Estudos e Pesquisa (NUFEP), coordenado pelo Prof. Roberto Kant de Lima (Departamento de Antropologia), mantém um vínculo muito estreito com a Polícia Militar. Tornou-se referência da área de segurança pública com diversos acordos com o Comando da Polícia Militar e com a Guarda Municipal que passou a fazer aulas em cursos ministrados e organizados pelo NUFEP. Com o passar dos anos o referido professor ganhou poder e renome dentro do departamento, instituto e universidade.
Há cinco anos atrás subia a chefia do Instituto o prof. Palharini, ex-militante do PT, que depois de tentar implementar medidas administrativas por cima dos estudantes, recuou mediante os protestos iniciados no ICHF, coordenados principalmente a partir do DA Raimundo Soares - Ciências Sociais. Ao mesmo tempo os estudantes de História perdiam representação no seu colegiado. A administração Palharini soube como pouco utilizar a estrutura corporativa-feudal para conquistar um amplo apoio departamental, após conseguir apoio em pro - reitorias dentro da UFF, saber e com isso barganhar verbas para o ICHF. Além disso, conhece muito bem os trâmites burocráticos da universidade. Ganhou fama de bom administrador e espertamente deixou de entrar em conflito com os estudantes, bem mobilizados e representados no colegiado do ICHF, e atendeu seus pleitos e encaminhou pedidos a reitoria, como ônibus e verbas para encontros.
Portanto, o corporativismo do corpo docente aliado a estrutura antidemocrática da universidade, representando pelos feudos departamentais e dos colegiados, onde estudantes tem apenas 1/5 dos votos, na história nem isso mais, junto com o corpo docente em sua maioria conservador, para não dizer reacionário favoreceu a consolidação da influência do Prof. Roberto Kant Lima dentro do Departamento de Antropologia e do Diretor do Instituto Francisco de Assis Palharini, que ganhou apoio do ?feudo? ichifiano com a imagem de bom administrador e com um discurso extremamente pragmático e corporativo para conseguir mais verbas para o ICHF.
Então, o Plano de Expansão do ICHF significa a junção política/administrativa dos dois professores, isso porque a política de expansão do ICHF está calcada na expansão de um curso de graduação vinculado ao prof. Kant e ao mesmo tempo consolida brilhantemente o nome do prof. Palharini, através da construção de um prédio, o que possibilita num próximo pleito eleitoral sua vitória. O que percebemos é uma caminhada pragmática do prof. Palharini para o campo conservador a fim de consolidar sua ascensão política na Universidade. No plano acadêmico/político a tentativa de criação do curso de graduação em segurança pública é a consolidação da proposta a partir do NUFEP/Kant de uma aliança com os setores da segurança pública e sua definitiva consolidação neste campo. Ainda há uma visão totalmente corporativa de consolidar a Antropologia como ciência destinada a estudos das populações africanas e indígenas, consolidando assim falsas oposições cientifica.
Com o REUNI o governo começou a transformar a estrutura academicista da universitária sem destruir sua estrutura elitista. Para isso, como política nacional de educação, propôs a vinculação direta entre empresários e órgãos de segurança estatais com a universidade. Na prática hoje a universidade mantém uma estrutura antidemocrática com os 70-20-10 nas eleições e manteve seu elitismo, agora numa estrutura híbrida saindo de um modelo academicista para um modelo universitário empresarial. O Plano de Expansão do ICHF representou isso tudo, primeiro porque se aproveitou da velha hierarquia anti-democrática universitária e segundo é a Universidade, e as ciências sociais, servindo os órgãos de repressão do estado, PM, GM e Forças Armadas, para reprimir com mais eficiência os anseios populares por melhores condições de vida e por mais liberdade e igualdade, política, cultural e econômica.
Além disso, o ICHF já sofre com falta de professores, segundo o próprio plano são necessários mais 96 professores, para os atuais cursos. E ainda temos os ?doutores?, como o próprio Kant, se recusando a lecionar na graduação. Hoje, mal há disciplinas optativas oferecidas aos alunos. A dupla Palharini/Kant vai fazer uma verdadeira ?reforma protestante? no ICHF, transformando o Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, no Instituto Superior da Polícia Militar e Forças Armadas. Não podemos esquecer dos recentes vínculos entre o departamento de Ciência Política, via Núcleo de Estudos Estratégico (NEST), coordenado pelo Professor Eurico Figueiredo, com as Forças Armadas brasileiras, que recentemente criticou a demarcação contínua das terras indígenas por ser uma ameaça a soberania nacional. Amanhã será um Antropólogo do Exército com autoridade cientifica, formado pela UFF.
Hoje, a universidade está cada vez mais vinculada aos projetos oficiais estatais e empresariais, como sugere o REUNI e todo projeto de Reforma Universitária, e ao mesmo tempo continua elitista, ao manter uma forma hibrida de estrutura de poder anti-democrática e inicia uma centralização de poder cada vez mais forte. Enquanto isso a PM e PF expulsa estudantes do Campus do Gragoatá e a assistência estudantil é totalmente deixada de lado por grande parcela dos professores, que investem em seus projetos vinculados a Polícia Militar, Boticário, Natura, Guarda Municipal, Petrobras e Forças Armadas. Que expansão queremos? Falar em expansão sem lutar por mais verbas para assistência estudantil, que é moradia estudantil com no mínimo 2000 vagas, melhoria do bandejão, melhoria da biblioteca, mais bolsas e de maior valor, é uma verdadeira falácia. Falar em expansão sem antes contratar os professores que faltam hoje é mais ainda. Falar em expansão sem pedir o fim do vestibular é uma total falácia. É conversa para boi dormir. Queremos uma Universidade Popular, de massas, com acesso direto sem vestibular, com voto universal em todas as instâncias, com o fim do artigo da LDB que define o 70-20-10, o fim da estrutura elitista que permite a criação desses cursos. O fim das fundações. Queremos a universidade do lado dos explorados e oprimidos, e não ajudando a polícia e o exército em suas ações e em seus discursos. Para isso temo que ocupar, fazer barricadas, convocar os movimentos sociais e os setores combativos do movimento sindical para impedir que esse projeto passe e com isso ganhar mais força para fazer uma luta nacional combativa com piquetes, manifestações e barricadas. Chega de reivindicar. Resistir, Conquistar e Ocupar! Os ouvidos da Nomenklatura Universitária só escutam as vozes do estado e do capital.

Pela Universidade Popular!
Voto Universal em todas as Instâncias!
Ocupar o ICHF e Destruir o Projeto de Expansão!
A Destruição é um Ato Criativo!!
Você sabia que ainda existem uns quantos cretinos?
A barricada fecha a rua mas abre o caminho Enfureçam-se!

2 comentários:

Anônimo disse...

BOLSA CINEMA: o que é e para que serve? ---> venho solicitar aos universitários da UFF informações detalhadas (se possível) sobre o Curso Cinema da UFF.

Infelizmente, lí alguns sites e blogs (inclusive de mestres consagrados) criticante de forma dura os estudantes nesta área.

Afirmam, entre outras coisas, que o estudante da área cinema/teatro/TV é um boa-vida, que gosta de se divertir, transar e puxar fumo no Campus.

Afirmam tbém que estes cursos não servem para nada, e que após receber o canudo (formado) o estudante não consegue emprego.
QUAL A VERDADE EM TUDO ISTO?
(espero que possam me ajudar, mas solicito informações sinceras: por favor digam a verdade.
Carlos Lins

Ação Direta Estudantil disse...

Carlos, é sempre ruim caírmos em caricaturas a respeito de professores, cursos e estudantes. Infezlimente, os cursos mais concorridos das universidades só passam alunos, em sua maioria, de colégios particulares, cap ou escolas federais. Com isso, geralmente os estudantes tem uma determinada condição de vida que em boa parte determinará seu comportamento, mas isso não quer dizer que todos são da maneira como se descreve.
Em relação ao desemprego é uma realidade da juventude universitária brasileira, segundo estudos recentes. Então, há cursos com maior facilidade de emprego, mas não te garante uma vaga certa.
as críticas mais moralistas também são de estudantes com visões políticas conservadoras.
enfim, acho que esclarecemos algo.