sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Convocatória

Foto: Funeral de Alexandros Grigoropoulos. Atenas/Grécia. 2008.

Todo apoio aos estudantes e trabalhadores gregos!

Todo apoio a convocatória internacional!

Pela libertação dos presos e continuidades das lutas!

Pela memória de Alexandros Grigoropoulos e todos os assassinados pelo Estado e Capital!

Ato dia 20/12. às 14:00

Consulado Grego no Rio (Praia do Flamengo, 344)

Ação Direta Estudantil

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Boletim de Outubro 2008


Cartas aos Estudantes e Trabalhadores Gregos


Queremos nos solidarizar e apoiar os Estudantes Gregos na sua luta contra o Estado e o Capital. O assassinato de Alexandros Grigoropoulos em Exarchia foi o estopim para as ações diretas e distúrbios por toda Atenas e depois por toda Grécia. Viemos aqui apoiar as ocupações das escolas e universidades do país, e estamos desde aqui a apoiar a luta pela liberação dos presos e pela continuação das revoltas populares.

A morte de Alexandres é mais uma cometida pelos capitalistas e pelo Estado em todo mundo. Assim, como as mortes nos subúrbio de Paris, no México, no Chile e em outros lugares do mundo. Em todo o mundo empresários e chefes partidários, da esquerda a direita, implementam as mesmas medidas: reformas educacionais para beneficiar as empresas, aumento da repressão contra o povo, aumento do desemprego e da população carcerária. Seja na Europa, na América Latina e na Ásia o povo passa por um verdadeiro massacre impetrado pelas corporações e pelos dirigentes políticos. Os imigrantes na Europa e EUA são massacrados pela política de extermínio. Além disso, não podemos esquecer da população Afro-americana do Katrina. A cada ano as condições de trabalho estão mais precárias e o desemprego aumenta de forma contínua. No Brasil o desemprego entre os jovens passa dos 40%, especialmente entre os jovens negros. Aqui no Rio a política de extermínio nas favelas continua. Na semana passada uma criança de oito anos levou um tiro de fuzil na cabeça.

Não queremos a escravidão, a brutalidade e a fome. Que a luta de vocês sirva de exemplo. Todo apoio e solidariedade à luta do povo grego. Que sejam queimados prédios do Estado, políticos, empresários e sedes das corporações.

A Violência do Povo contra a ganância dos Ricos é Justa

Só Ação Direta muda à vida!

Viva a Revolução Social!

Saudações Classistas e combativas,

Ação Direta Estudantil

Rio de Janeiro/Brasil, 17 de Dezembro de 2008

Letters to Students and Workers Greeks

We want to commiserate and support the students Greeks in their fight against the State and Capital. The murder of Alexandros Grigoropoulos in Exarchia was the fuse for direct actions and disturbances around Athens and then throughout Greece. We came here to support the occupation of schools and universities in the country, and since we are here to support the struggle for liberation of prisoners and the continuation of the popular revolts.
The death of Alexander is another committed by capitalists and the rule around the world. So, as the deaths in the suburb of Paris, in Mexico, Chile and elsewhere in the world. Around the world business leaders and supporters, from left to right, implement the same measures: educational reform to benefit businesses, increased repression against the people, rising unemployment and the prison population. Whether in Europe, Latin America and Asia the people passing through a real massacre brought by corporations and by political leaders. Immigrants in Europe and U.S. are massacred by the policy of extermination. Moreover, we can not forget the African-American population of Katrina. Each year the working conditions are more precarious and unemployment increases continuously. In Brazil unemployment among young persons of 40%, especially among young blacks. Here in Rio the policy of extermination in the slums continues. Last week a child of eight years was shot in the head of rifle.

We do not want to slavery, the brutality and hunger. That the fight will serve as an example of you. All support and solidarity to the struggle of the Greek people. What are burned buildings of the state, politicians, businessmen and corporate headquarters.

The Violence of the people against the greed of the rich is Fair!

Only Direct Action to change your life!

Long live the Social Revolution!

Greetings class and fought,

Student Direct Action (Ação Direta Estudantil)

Rio de Janeiro / Brazil, Dec. 17, 2008

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Carta aos estudantes classistas e combativos do DF

Queremos nos solidarizar e apoiar a iniciativa dos estudantes de Brasília na construção da Plenária do movimento estudantil combativo que será realizada no dia 13 de dezembro de 2008. Num momento em que o governismo e o reformismo assola o movimento estudantil com suas práticas burocráticas e centralizadoras que desmobilizam o movimento, a realização desta plenária faz se importante para organizarmos e pensarmos no movimento classista e combativo para as lutas do ano que vem e uma estratégia de propaganda e mobilização dos estudantes.

Saudações Classistas e combativas,

Ação Direta Estudantil

Niterói, 10 de dezembro de 2008

Solidariedade à Brandão USP

Carta de Solidariedade

Queremos nos solidarizar ao companheiro Claudionor Brandão, trabalhador da USP e dirigente sindical do Sindicato de Trabalhadores da Universidade de São Paulo (USP) que foi demitido por motivações políticas, por participar e organizar greves e manifestações por melhores condições de trabalho e estudo. Esta medida da reitora Sueli apoiada pelos governos de Alckmin e Serra tem como objetivo combater as mobilizações recentes da universidade, como a ocupação de 2007, tentando dessa maneira intimidar qualquer ação dos estudantes, professores e trabalhadores classistas e combativos.

Apoiamos toda a luta pela readmissão incondicional e imediata e que siga adiante a construção da unidade dos trabalhadores da USP com os estudantes e professores para continuar a luta contra a burocracia universitária, o sucateamento,e a privatização da universidade.

Saudações Classistas e Combativas,

Ação Direta Estudantil

Niterói, 14 de dezembro de 2008

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Memória do Movimento Estudantil

Eduardo Collen Leite, o Bacuri
PRESENTE!



Eduardo fez seus estudos em São Paulo, para onde sua família se mudou.

Muito jovem começou sua militância política, integrando-se à POLOP.

Em 1967, foi incorporado ao Exérctio, servindo na 7ª Companhia de Guarda e, posteriormente, no Hospital do Exército, no bairro do Cambuci.

Em 1968, vinculou-se à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), da qual se retirou para fundar a Rede Democrática (REDE), em abril de 1969. Posteriormente, Eduardo, juntamente com outros componentes dessa organização, passaram para a Ação Libertadora Nacional (ALN).

O assassinato de Eduardo Leite, o “Bacuri” é um dos mais terríveis dos que se tem notícia, já que as torturas a ele infligidas duraram 109 dias consecutivos, deixando-o completamente mutilado.

Foi preso no dia 21 de agosto de 1970, no Rio de Janeiro, pelo delegado Sérgio Fleury e sua equipe, quando chegava em sua casa. Passou pelo CENIMAR/RJ e DOI-CODI/RJ, onde foi visto pela ex-presa política Cecília Coimbra, já quase sem poder se locomover.

Do local da prisão, Eduardo foi levado a uma residência particular onde foi torturado. Seus gritos e de seus torturadores chamaram a atenção dos vizinhos, que avisaram a polícia. Ao constatarem de que se tratava da equipe do delegado Fleury, pediram apenas para que mudassem o local das torturas.

Após ser torturado na sede do CENIMAR, no Rio de Janeiro, Eduardo foi transferido para o 41° Distrito Policial, São Paulo, cujo delegado titular era o próprio Fleury.

Novamente transferido para o CENIMAR/RJ, Eduardo permaneceu sendo torturado até meados de setembro, quando voltou novamente para São Paulo, sendo levado para a sede do DOI/CODI. Em outubro, foi removido para o DEOPS paulista, sendo encarcerado na cela 4 do chamado “ fundão” (celas totalmente isoladas).

No dia 25 de outubro, todos os jornais do país divulgaram a nota oficial do DEOPS/SP relatando a morte de Joaquim Câmara Ferreira (Comandante da ALN), ocorrida em 23 de outubro. Nesta nota, foi inserida a informação de que Eduardo Leite havia conseguido fugir, sendo ignorado seu destino. Foi encontrado nos arquivos do DOPS, a transcrição de uma mensagem recebida do DOPS/SP pela 2ª seção do IV Exército, assinada pelo coronel Erar de Campos Vasconcelos, chefe da 2ª Seção do II Exército, dizendo “que foi dado a conhecer a repórteres da imprensa falada e escrita o seguinte roteiro para ser explorado dentro do esquema montado”. O tal roteiro falava da morte súbita de Câmara Ferreira após ferir a dentadas e pontapés vários investigadores. E mais adiante diz “Eduardo Leite, o ‘Bacuri’, cuja prisão vinha sendo mantida em sigilo pelas autoridades, havia sido levado ao local para apontar Joaquim Câmara Ferreira (..).

sexta-feira, 24 de outubro de 2008


CONSTRUIR as ASSEMBLÉIAS COMUNITÁRIAS!


ESPAÇOS DE CONTRA PODER AOS COLEGIADOS!

LUTAR ATÉ VENCER!


SEM PACTOS!



ABAIXO AO REUNI!
EXPANSÃO COMEÇA PELO FIM DO VESTIBULAR!
ACESSO LIVRE JÁ!

ALERTA!


SALVAR O CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS!
POR UMA CIÊNCIAS SOCIAIS CRÍTICA!
ABAIXO À AUTOCRÁTICA
UNIVERSIDADE
VOTO UNIVERSAL!

Isto é Polícia...



PELA EXPANSÃO POPULAR!

ABAIXO AO PLANO DE EXPANSÃO DO ICHF!
UNIVERSIDADE PARA O POVO!
NÃO PARA REPRESSÃO

ABAIXO A ATUAL UNIVERSIDADE
ALIENANTE E ELITISTA
!


PELA UNIVERSIDADE POPULAR.
CRÍTICA E AUTÔNOMA.
CUIDADO!
O DEP. DE ANTROPOLOGIA
DA UFF
É ALIENANTE!
ABAIXO AO COLEGIADO

FIM

DO
COLEGIADO
"UM POVO SEM ÓDIO NÃO PODE TRIUNFAR SOBRE UM INIMIGO BRUTAL."

Ernesto Guevara.
"OS HOMENS NÃO RENUNCIAM AS COMODIDADES DA VIDA, SENÃO OBRIGADOS PELA NECESSIDADE" (MAQUIÁVEL. HISTÓRIAS FLORENTINAS)

PARA NOMENCLATURA ICHIFIANA:

"AINDA EXISTEM UNS TANTOS MEDÍOCRES E CRETINOS POR AÍ"

sábado, 27 de setembro de 2008

Abaixo ao Burocratas!

América Latina
Brasil
Rio de Janeiro
Niterói
Gragoatá
UFF-Campus do Gragoatá
ICHF
BLOCO O - O BLOCO DA BUROCRACIA

O Palácio de Versalhes.

sábado, 13 de setembro de 2008

Carta aos Homens da Inglaterra

Carta aos Homens da Inglaterra Shelley

Homens da Inglaterra, por que arar
Para os senhores que vos mantêm na miséria?
Por que tecer com esforço e cuidado
As ricas roupas que vossos tiranos vestem?
A semente que semeais, outro colhe

A riqueza que descobris fica com outro
As roupas que teceis, outro veste
As armas que forjais, outro usa

Semeai - mas que o tirano não colha
Produzi riqueza - mas que o impostor não guarde
Tecei roupas - mas que o ocioso não as vistas
Forjais armas - mas que usareis em vossa defesa

Piquete no ICHF/UFF dia 11/09 ... contra o Projeto de Expansão.











Repressão na UFF barrar esse projeto já!

Repressão na UFF barrar esse projeto já!

O projeto de expansão da uff é mais uma desculpa para promover os burocratas que pretendem ser reitores! é uma proposta dentro da lógica da reforma universitária e Reuni , que abrirá um curso de especialização para os que reprimem o povo, ou seja policiais e militares!
Barrar o Reuni e o projeto de expansão do ICHF(UFF): Nos últimos anos presenciamos cada vez mais a mercantilização do ensino superior, que cada vez mais se presta aos interesses do capital e do Estado burgues. Esse processo tem início com a reforma universitária que aparece nas universidades através dos cursos pagos e das fundações privadas, na UFF temos esses cursos no departamento de história e FEC como fundação privada. No atual momento esse processo se encontra no projeto do Reuni. Da mesma forma que a reforma universitária, o Reuni não aparece na universidade de forma nítida, como um pacote de medidas que serão introduzidas de uma só vez. Ele é introduzido aos poucos, através de projetos isolados e parciais.
Assim o projeto de expansão do ICHF é o Reuni camuflado, que se diz ter pontos que atendem a demanda da universidade (É quando não podemos nos iludir tentando negociar com a burocracia universitária, como costumam fazer P-Sol e PSTU, caindo nas armadilhas dos governistas), mas que esconde o verdadeiro sentido das coisas, como a criação do curso de segurança pública e antropologia. Portanto o primeiro ponto no qual se faz importante barrar esse projeto é que ele faz parte das metas do Reuni. Um segundo ponto que traduz a necessidade de se barrar tal projeto está nos objetivos do curso de segurança pública e no de antropologia. O primeiro servirá para a repressão da classe trabalhadora, seja dentro das favelas, nas ruas, em atos, uma vez que formará agentes sociais especializados na área de segurança. Assim tais agentes estarão servindo aos interesses da classe dominante, além de mostrar a relação entre produção científica e produção e reprodução de poder. Vale ressaltar que essa demanda que a opinião pública tanto fala sobre a questão da segurança, nada mais é que fruto de uma construção social, isto é, uma vez que a sociedade é dividida em classes, entre opressores e oprimidos, problemas como a violência social nos grandes centros urbanos são o próprio reflexo dessa divisão, que se dá através da expropriação da propriedade privada, da falta de emprego que é uma condição necessária para o avanço do capitalismo, privação do acesso à saúde, educação, ao lazer, etc. Já o curso de antropologia, tem por objetivo a formação de especialistas na questão sobre a demarcação de terras, decidindo quem é índio quem não é, se tal terra pertence a comunidade quilombola ou não.
Um segundo problema da criação de tal curso, é a formação fragmentada que o estudante vai receber, uma vez que a sociologia, a antropologia e a ciência política são disciplinas complementares e interdependentes. O projeto de expansão do ICHF prevê ainda a criação de um prédio para atender tal demanda. Assim indagamos: e a moradia estudantil que já foi aprovada há mais de quatro anos e nunca saiu do papel? A biblioteca que volta e meia o ar-condicionado está quebrado e sofremos com livros em péssimas condições e com a falta de acervo atualizado? E as bolsas que são escassas, atendendo a poucos alunos? A falta de professores e técnicos administrativos para atender a demanda necessária? Isso sem falar na falta de infra-estrutura dos prédios e salas de aulas.
Esse contexto mostra a necessidade de uma organização e disposição dos estudantes combativos para enfrentar tais problemas. Não podemos esperar que esse projeto seja barrado através de colegiados e burocracias acadêmicas. Devemos partir para a ação direta, fazendo tudo que for necessário, pois somente com nossos esforços e nossa luta conseguiremos alcançar nossos objetivos e direitos. Portanto a tarefa imediata do movimento estudantil combativo é barrar o projeto de expansão do ICHF, dando um passo na destruição da universidade elitista.
Abaixo o Reuni e projeto de expansão do ICHF!!!
A Universidade é para o POVO e não para a Repressão!!!
Construir a universidade popular!!!

Abaixo ao Curso de Graduação de Segurança Pública na UFF

Abaixo ao Curso de Graduação de Segurança Pública na UFF
Por Uma Expansão Popular!!!!
Nas últimas semanas foi apresentado aos representantes docentes do colegiado do Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF) o plano de expansão do instituto, intitulado Projeto ICHF Qualidade em Expansão. Esse plano foi criado principalmente pela ação do professor Roberto Kant de Lima (Antropologia) e Francisco Assis Palharini (Chefe do Instituto e prof. Do Departamento de Antropologia). Esse projeto propõe a criação de um curso de graduação em segurança pública (presencial e a distância) e de antropologia. Além disso, como parte da suposta expansão é colocado a necessidade de criação de um novo prédio para atender as novas necessidades.
Esse Plano se insere dentro do contexto federal ao se articular muito bem com o REUNI, aprovado ano passado no Palácio da Justiça, cercado pela Polícia Militar. Há muitos anos o Núcleo Fluminense de Estudos e Pesquisa (NUFEP), coordenado pelo Prof. Roberto Kant de Lima (Departamento de Antropologia), mantém um vínculo muito estreito com a Polícia Militar. Tornou-se referência da área de segurança pública com diversos acordos com o Comando da Polícia Militar e com a Guarda Municipal que passou a fazer aulas em cursos ministrados e organizados pelo NUFEP. Com o passar dos anos o referido professor ganhou poder e renome dentro do departamento, instituto e universidade.
Há cinco anos atrás subia a chefia do Instituto o prof. Palharini, ex-militante do PT, que depois de tentar implementar medidas administrativas por cima dos estudantes, recuou mediante os protestos iniciados no ICHF, coordenados principalmente a partir do DA Raimundo Soares - Ciências Sociais. Ao mesmo tempo os estudantes de História perdiam representação no seu colegiado. A administração Palharini soube como pouco utilizar a estrutura corporativa-feudal para conquistar um amplo apoio departamental, após conseguir apoio em pro - reitorias dentro da UFF, saber e com isso barganhar verbas para o ICHF. Além disso, conhece muito bem os trâmites burocráticos da universidade. Ganhou fama de bom administrador e espertamente deixou de entrar em conflito com os estudantes, bem mobilizados e representados no colegiado do ICHF, e atendeu seus pleitos e encaminhou pedidos a reitoria, como ônibus e verbas para encontros.
Portanto, o corporativismo do corpo docente aliado a estrutura antidemocrática da universidade, representando pelos feudos departamentais e dos colegiados, onde estudantes tem apenas 1/5 dos votos, na história nem isso mais, junto com o corpo docente em sua maioria conservador, para não dizer reacionário favoreceu a consolidação da influência do Prof. Roberto Kant Lima dentro do Departamento de Antropologia e do Diretor do Instituto Francisco de Assis Palharini, que ganhou apoio do ?feudo? ichifiano com a imagem de bom administrador e com um discurso extremamente pragmático e corporativo para conseguir mais verbas para o ICHF.
Então, o Plano de Expansão do ICHF significa a junção política/administrativa dos dois professores, isso porque a política de expansão do ICHF está calcada na expansão de um curso de graduação vinculado ao prof. Kant e ao mesmo tempo consolida brilhantemente o nome do prof. Palharini, através da construção de um prédio, o que possibilita num próximo pleito eleitoral sua vitória. O que percebemos é uma caminhada pragmática do prof. Palharini para o campo conservador a fim de consolidar sua ascensão política na Universidade. No plano acadêmico/político a tentativa de criação do curso de graduação em segurança pública é a consolidação da proposta a partir do NUFEP/Kant de uma aliança com os setores da segurança pública e sua definitiva consolidação neste campo. Ainda há uma visão totalmente corporativa de consolidar a Antropologia como ciência destinada a estudos das populações africanas e indígenas, consolidando assim falsas oposições cientifica.
Com o REUNI o governo começou a transformar a estrutura academicista da universitária sem destruir sua estrutura elitista. Para isso, como política nacional de educação, propôs a vinculação direta entre empresários e órgãos de segurança estatais com a universidade. Na prática hoje a universidade mantém uma estrutura antidemocrática com os 70-20-10 nas eleições e manteve seu elitismo, agora numa estrutura híbrida saindo de um modelo academicista para um modelo universitário empresarial. O Plano de Expansão do ICHF representou isso tudo, primeiro porque se aproveitou da velha hierarquia anti-democrática universitária e segundo é a Universidade, e as ciências sociais, servindo os órgãos de repressão do estado, PM, GM e Forças Armadas, para reprimir com mais eficiência os anseios populares por melhores condições de vida e por mais liberdade e igualdade, política, cultural e econômica.
Além disso, o ICHF já sofre com falta de professores, segundo o próprio plano são necessários mais 96 professores, para os atuais cursos. E ainda temos os ?doutores?, como o próprio Kant, se recusando a lecionar na graduação. Hoje, mal há disciplinas optativas oferecidas aos alunos. A dupla Palharini/Kant vai fazer uma verdadeira ?reforma protestante? no ICHF, transformando o Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, no Instituto Superior da Polícia Militar e Forças Armadas. Não podemos esquecer dos recentes vínculos entre o departamento de Ciência Política, via Núcleo de Estudos Estratégico (NEST), coordenado pelo Professor Eurico Figueiredo, com as Forças Armadas brasileiras, que recentemente criticou a demarcação contínua das terras indígenas por ser uma ameaça a soberania nacional. Amanhã será um Antropólogo do Exército com autoridade cientifica, formado pela UFF.
Hoje, a universidade está cada vez mais vinculada aos projetos oficiais estatais e empresariais, como sugere o REUNI e todo projeto de Reforma Universitária, e ao mesmo tempo continua elitista, ao manter uma forma hibrida de estrutura de poder anti-democrática e inicia uma centralização de poder cada vez mais forte. Enquanto isso a PM e PF expulsa estudantes do Campus do Gragoatá e a assistência estudantil é totalmente deixada de lado por grande parcela dos professores, que investem em seus projetos vinculados a Polícia Militar, Boticário, Natura, Guarda Municipal, Petrobras e Forças Armadas. Que expansão queremos? Falar em expansão sem lutar por mais verbas para assistência estudantil, que é moradia estudantil com no mínimo 2000 vagas, melhoria do bandejão, melhoria da biblioteca, mais bolsas e de maior valor, é uma verdadeira falácia. Falar em expansão sem antes contratar os professores que faltam hoje é mais ainda. Falar em expansão sem pedir o fim do vestibular é uma total falácia. É conversa para boi dormir. Queremos uma Universidade Popular, de massas, com acesso direto sem vestibular, com voto universal em todas as instâncias, com o fim do artigo da LDB que define o 70-20-10, o fim da estrutura elitista que permite a criação desses cursos. O fim das fundações. Queremos a universidade do lado dos explorados e oprimidos, e não ajudando a polícia e o exército em suas ações e em seus discursos. Para isso temo que ocupar, fazer barricadas, convocar os movimentos sociais e os setores combativos do movimento sindical para impedir que esse projeto passe e com isso ganhar mais força para fazer uma luta nacional combativa com piquetes, manifestações e barricadas. Chega de reivindicar. Resistir, Conquistar e Ocupar! Os ouvidos da Nomenklatura Universitária só escutam as vozes do estado e do capital.

Pela Universidade Popular!
Voto Universal em todas as Instâncias!
Ocupar o ICHF e Destruir o Projeto de Expansão!
A Destruição é um Ato Criativo!!
Você sabia que ainda existem uns quantos cretinos?
A barricada fecha a rua mas abre o caminho Enfureçam-se!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Boletim da Ação Direta Estudantil - AnoV - agosto 2008

Boletim mensal, traz avaliações sobre o movimento estudantil atualmente e este comenta também sobre o projeto de expansão repressivo na UFF!

Só com organização é possível mobilizar para combater e vencer o governismo.
Um pouco da conjuntura e história:
O movimento estudantil encontra-se desmobilizado e burocratizado. Atualmente está assolado pelo governismo(PT/PCdoB), o oportunismo de direita (PSOL), o oportunismo de esquerda(PSTU) e pelos liberalismos espalhado por todo país que pregam o espontaneísmo e criticam todas as formas de organização. A atual fragmentação e dispersão do movimento estudantil não é uma obra do acaso é uma conseqüência da atuação dos grupos reformistas que durante duas décadas monopolizaram o movimento estudantil o levando ao fundo do poço. Não é de hoje que percebemos a capitulação da UNE.
Desde 1979, com sua refundação, a entidade vem sendo dirigida pelo PT e PCdoB. Hoje a entidade serve como um modo de inserção na política governamental. Lindenberg Farias e Aldo Rebelo, por exemplo, já foram presidentes da União Nacional dos Estudantes. Temos então que recapitular um pouco da história da UNE. A União Nacional dos Estudantes (UNE) nasceu em 1937, em pleno Estado Novo. Em seu segundo congresso elege como Presidente de honra, Getúlio Vargas. Em 1947, sob a hegemonia do Partido Socialista Brasileiro, participa da campanha ?O Petróleo é Nosso?. Em 1950, Paulo Egídio Martins, o primeiro expoente direitista no movimento estudantil é eleito presidente da UNE. Essa fase durou até 1956. Após a participação da direita inicia-se na entidade um período de ascensão das organizações católicas de esquerda, iniciadas por Aldo Arantes que culmina com a eleição de presidente de Jose Serra, militante da Ação Popular (AP), uma organização que havia surgido de uma dissidência entre a hierarquia religiosa e o grupo da Juventude Estudantil Católica (JUC), seguindo tendências de esquerda. No período que vai de 64-68 podemos identificar a UNE como uma organização co-irmã dos trabalhadores e camponeses. As organizações revolucionárias como VAR-Palmares e ALN passam atuar no movimento estudantil. Em 1968 com a polícia e o exército invadindo o congresso realizado em Ibiúna/SP, a UNE só voltaria a existir em 1979, sobre hegemonia do PT e PCdoB. Vários dos militantes dessas organizações revolucionárias morreram em combate contra a ditadura civil-militar.
Ao contrário da propaganda de luta entoada pelos partidos que defendem a UNE; PT, PCdoB e PSOL, a entidade respirou muito pouco algum momento de glória e combate contra as políticas da burguesia e das elites políticas brasileiras. Não há como esperar mais um ano sequer pela UNE. Ela não representa os estudantes. O rompimento com a UNE se faz mais do que necessário e mais do que deslegitimar a UNE é preciso organizar e fortalecer o movimento estudantil a partir da base, rechaçando qualquer pseudodiretoria geral que queira se impor sobre os estudantes organizados em DA´s e Grêmios. É preciso combater todas as formas de reação no movimento estudantil que tentem impedir a formação de grêmios e DA´s livres e autônomos.
Concepção de Movimento (Peleguismo Vs. Combativos)
O movimento estudantil passa por tempos nebulosos. As organizações partidárias eleitorais têm como concepção de movimento a articulação da luta pela cúpula, ou seja, através de estudantes militantes de partidos e correntes estudantis, que estão interessadas só em conquistar as entidades impedindo um movimento de massa combativo dos estudantes. Por outro lado, existe uma atitude crescente no Movimento Estudantil que se diz apartidário e contra os partidos, mas que faz um papel igual ou pior que os partidos eleitorais. Desmobilizam o movimento estudantil apostando no individualismo e na ?confluência espontânea de idéias?, uma atitude ?new-hippie? que podemos identificar como um tipo de liberalismo envolto de palavras e símbolos libertários. Devemos rechaçar ambas. Esse tipo de movimento é que podemos caracterizar como movimento peleguista. Neste momento em que a massa proletária passa por um processo de reorganização e ataques aos direitos trabalhistas conquistados os estudantes devem iniciar um processo organização e mobilização, uma nova concepção de movimento, a fim de lutar contra as propostas neoliberais do governo e ao mesmo tempo construir um movimento estudantil popular, de base, autônomo e classista, que esteja aliado com trabalhadores do campo e da cidade. Essa é a concepção de Movimento Estudantil Combativo e Classista.
O movimento estudantil pelego tem como maior expressão a União Nacional dos Estudantes, dirigida pela UJS/PCdoB. A UNE hoje representa a postura governista e pelega entre os estudantes, uma vez que suas práticas políticas têm como características o aparelhamento de entidades, a construção de um movimento hierárquico determinado pelos interesses apenas da corrente e do partido. A principal atuação dessa proposta de movimento e disputar as entidades estudantis, principalmente os DCE´s por todo país, engessando o movimento e construindo alianças com o governo e com a direção das universidades e rompendo defitivamente com uma política de aliança com os trabalhadores do campo e da cidade. Esse tipo de movimento coloca no centro da ação os partidos e correntes enquanto representantes dos estudantes. Por outro lado, PSOL(nas suas diversas correntes) e PSTU mantém características desse tipo de movimento. Apesar da postura anti-governista ainda têm como práticas o movimento estudantil cupulista, ou seja, de construção de acordos a partir dos entendimentos entre correntes para disputar eleições e ganhar as entidades estudantis. Isto vinculado à prática de aliciamento de estudantes para participar nos partidos, uma vez que a luta política é encarada como a luta do partido, deixando os estudantes fora da ação, servindo apenas como ?boiada? em atividades especificas, tal qual a prática parlamentar dos partidos. Procuram os estudantes para representá-los e não para trazer estes para a luta reivindicativa.
O que devemos fazer:
A organização deve ser sempre a primeira tarefa de todos aqueles que pretendem exercer alguma transformação na sociedade. Nesse sentindo, é fundamental reconstruir o movimento de área.. Muitas são as reivindicações e as formas de luta que podem e devem se adotadas como meio de alcançar nossos objetivos. Na maioria das vezes não vamos atingir os nossos objetivos imediatamente, e sim iremos conquistando reivindicações parciais que somadas, nos levarão mais próximo de nossa causa. Entre os métodos de luta que podem ser empregados para garantirmos o atendimento de nossas reivindicações, construir o movimento pela base, com os estudantes, através de reivindicações, como moradia estudantil e fim do vestibular, mobilizar o maior números de estudante e acabar com a política de cúpula, estão às panfletagens, os abaixo-assinados, as passeatas, os bloqueios de ruas e estradas, as greves, os piquetes e demais formas de luta e resistência. Além disto, devemos impulsionar e defender atividades de interação entre estudantes e outros segmentos populares de nosso país, como expressão concreta de solidariedade e como instrumento de luta contra o elitismo conservador das nossas universidades públicas e de todo sistema educacional. Não podemos nos esquecer que nossa luta estudantil não pode ser entendida isoladamente, mas somente com nossa articulação junto a outros setores também oprimidos e explorados podemos construir e fazer avançar a luta pela Universidade Popular, a universidade de massa. Portanto, os estudantes organizados e a estratégia de luta pela ação direta são fundamentais para o avanço das nossas reivindicações. Lutar pela Universidade Popular é ampliar a participação do povo dentro das universidades e esta deve ser uma tarefa central de aliança entre os estudantes universitários e secundaristas e destes com os trabalhadores e camponeses. Portanto, para construirmos o movimento estudantil combativo será necessário organizarmos este de modo diferente. Não mais apenas direções, mas a ampliação da participação dos estudantes. Para isso é fundamental estabelecer nos DA´s e no DCE, a Gestão Coletiva Popular, isto quer dizer que combine a centralização na ação, com autonomia de discussão, priorizando as assembléias e não as articulações das direções das correntes estudantis. Para isso é necessário: 1) organização de baixo para cima com decisões e direções coletivas, com autonomia local e funções diretivas das instâncias centrais com equilíbrio de poder; 2) mandatos imperativos, os dirigentes, delegados e demais representantes são eleitos para cumprir deliberações da base ? coletiva ? e não em seu nome; 3) revogabilidade dos mandatos, os dirigentes e de mais representantes devem ficar sob permanente controle e fiscalização dos trabalhadores, para evitar a burocratização do movimento. Assim, acabamos com o "parlamentarismo estudantil" e começamos a construir a experiência de organização Coletiva Popular que propicia a participação de todos e não mais fica a preso as articulações de correntes estudantis, nem a falsidade de direções colegiadas.
Barrar o Reuni e o projeto de expansão do ICHF(UFF)
Nos últimos anos presenciamos cada vez mais a mercantilização do ensino superior, que cada vez mais se presta aos interesses do capital e do Estado burgues. Esse processo tem início com a reforma universitária que aparece nas universidades através dos cursos pagos e das fundações privadas, na UFF temos esses cursos no departamento de história e FEC como fundação privada. No atual momento esse processo se encontra no projeto do Reuni. Da mesma forma que a reforma universitária, o Reuni não aparece na universidade de forma nítida, como um pacote de medidas que serão introduzidas de uma só vez. Ele é introduzido aos poucos, através de projetos isolados e parciais. Assim o projeto de expansão do ICHF é o Reuni camuflado, que se diz ter pontos que atendem a demanda da universidade (É quando não podemos nos iludir tentando negociar com a burocracia universitária, como costumam fazer P-Sol e PSTU, caindo nas armadilhas dos governistas), mas que esconde o verdadeiro sentido das coisas, como a criação do curso de segurança pública e antropologia. Portanto o primeiro ponto no qual se faz importante barrar esse projeto é que ele faz parte das metas do Reuni. Um segundo ponto que traduz a necessidade de se barrar tal projeto está nos objetivos do curso de segurança pública e no de antropologia. O primeiro servirá para a repressão da classe trabalhadora, seja dentro das favelas, nas ruas, em atos, uma vez que formará agentes sociais especializados na área de segurança. Assim tais agentes estarão servindo aos interesses da classe dominante, além de mostrar a relação entre produção científica e produção e reprodução de poder. Vale ressaltar que essa demanda que a opinião pública tanto fala sobre a questão da segurança, nada mais é que fruto de uma construção social, isto é, uma vez que a sociedade é dividida em classes, entre opressores e oprimidos, problemas como a violência social nos grandes centros urbanos são o próprio reflexo dessa divisão, que se dá através da expropriação da propriedade privada, da falta de emprego que é uma condição necessária para o avanço do capitalismo, privação do acesso à saúde, educação, ao lazer, etc. Já o curso de antropologia, tem por objetivo a formação de especialistas na questão sobre a demarcação de terras, decidindo quem é índio quem não é, se tal terra pertence a comunidade quilombola ou não. Um segundo problema da criação de tal curso, é a formação fragmentada que o estudante vai receber, uma vez que a sociologia, a antropologia e a ciência política são disciplinas complementares e interdependentes. O projeto de expansão do ICHF prevê ainda a criação de um prédio para atender tal demanda. Assim indagamos: e a moradia estudantil que já foi aprovada há mais de quatro anos e nunca saiu do papel? A biblioteca que volta e meia o ar-condicionado está quebrado e sofremos com livros em péssimas condições e com a falta de acervo atualizado? E as bolsas que são escassas, atendendo a poucos alunos? A falta de professores e técnicos administrativos para atender a demanda necessária? Isso sem falar na falta de infra-estrutura dos prédios e salas de aulas. Esse contexto mostra a necessidade de uma organização e disposição dos estudantes combativos para enfrentar tais problemas. Não podemos esperar que esse projeto seja barrado através de colegiados e burocracias acadêmicas. Devemos partir para a ação direta, fazendo tudo que for necessário, pois somente com nossos esforços e nossa luta conseguiremos alcançar nossos objetivos e direitos. Portanto a tarefa imediata do movimento estudantil combativo é barrar o projeto de expansão do ICHF, dando um passo na destruição da universidade elitista.
Abaixo o Reuni e projeto de expansão do ICHF!!!
A universidade é para o povo e não para a repressão!!!
Construir a universidade popular!!!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Encontro Nacional dos Estudantes de Ciências Sociais

Comitê dos Estudantes de Ciências Sociais
O Encontro Nacional de Estudantes de Ciências Sociais 2008, ocorrido na UFBA, foi marcado pela desorganização e pela falta de informação da Comissão Organizadora e, por outro lado, pela prática maléfica de Partidos políticos (PSTU e PSOL) que num “acordão” centralizaram os GDs e tentaram centralizar as deliberações.
A desorganização da Comissão Organizadora tem como primeira causa a clara distinção de estudantes que estavam voltados com a questão estrutural do Encontro e os estudantes que se concentravam na organização dos debates políticos (estes, em sua maioria, do PSTU e do PSOL). Assim percebemos mudanças de locais e GDs sem que os estudantes fossem informados do novo espaço, além de muitos GDs e GTs em horários iguais, provocando o esvaziamento da discussão.
Na plenária inicial marcada para o primeiro dia do Encontro, à noite, houve informações confusas disseminadas; a princípio, a desmarcação da plenária tendo conseqüência o esvaziamento do espaço, e, na sequência, uma reunião com poucos, sem caráter deliberativo. Portanto, não houve plenária inicial.
Os GDs foram gerenciados por pessoas ligadas ao PSTU e PSOL, e na maioria das vezes os estudantes não eram estudantes da UFBA, na criação de mesas impostas aos participantes, deixando bem clara a intenção de um resultado final tendencioso. Os GDs ganharam verniz deliberativo com o objetivo de encerrar as discussões numa cúpula e impor as lutas dos Partidos aos estudantes.
Estudantes independentes de 9 escolas colocaram em xeque a metodologia outorgada no Encontro, questionando na plenária final o caráter apenas avaliativo da mesma. Através de uma votação legítima tornou tal espaço deliberativo, deslegitimando as decisões tomadas nos GDs esvaziados.
Os estudantes ligados ao PSTU / Conlute, PSOL / FOE defenderam a proposta de que a plenária continuasse apenas avaliativa, mas não votaram na proposta que defenderam, se abstendo do voto para usar o artifício de “declaração de votos” para esvaziar a plenária cheia desfavorável aos seus interesses. Além da proibição por parte da organização de almoçar dentro do espaço da plenária mesmo sendo o mesmo espaço onde todas as outras refeições foram feitas e distribuídas, causando um esvaziamento da plenária.
Nesse instante, muitos estudantes inconformados com as práticas manipuladoras se retiraram da plenária, não reconhecendo legitimidade no espaço. Após a retirada os mesmos estudantes se reuniram fora do espaço da plenária e, após debate, organizaram um Comitê de Estudantes de Ciências Sociais destinado a manter a integração entre as várias escolas e o aprofundamento acerca das discussões sobre as entidades representativas dos estudantes e outras questões relacionadas ao campo das ciências sociais.
O Comitê é aberto a todos aqueles que queiram construir uma outra forma de organização e debate político.
Estudantes da URCA, UFRGS, UERJ, UFF, UNIFESP, UFRN, UFPEL, UFRPE e UFPE.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

A Miséria do Meio Estudantil

Prefácio da Edição Francesa de 1995

O texto a seguir pertence a história da subversão de uma época. Essa época hoje acabou. Esse texto foi concebido num momento em que os estudantes ainda formavam uma camada relativamente favorecida e tinham orgulho disso. A Miséria veio dizer-lhes que os mesquinhos privilégios que o capitalismo desenvolvido ainda lhes podia conceder participavam da reprodução e da extensão da sociedade mercantil dominante, recentemente chegada a idade do espetáculo. As ilusões que os estudantes nutriam sobre si mesmos e sobre o mundo faziam deles o grupo mais propício à propagação de todas as poluições, principalmente ideológicas, culturais e políticas, que trabalhavam no sentido de implementar um sistema de anestesia geral.
A revolução de maio de 1968 explodiu como um trovão no céu azul. Nada havia a defender nem a reivindicar, exceto a demolição da sociedade espetacular mercantil como um todo. Aquele evento assinalou o fim de uma era. Nada mais será como antes.
A contra-ofensiva das classes dominantes, em todas as frente em que eram ameaçadas, obteve inúmeros sucessos. Todas as idéias, todos os pensadores, artistas, organizações, partidos e sindicatos nesse libelo tornaram-se obsoletos ou totalmente inexistentes. Tanto melhor. O mais importante é que esse esfarelamento não é obra de seus inimigos efetivos, e sim resultado do “movimento real que se desenrola sob nosso olhos”. Seu desaparecimento reforçou o sistema de Domínio da mesma forma que a sua existência contribuía para o progresso deste. Fica a impressão de que a classe dominante e o seu Estado atribuíram–se a tarefa de executar algumas das sentenças do movimento de maio de 1968, de modo a salvar o essencial. Foram eles que acabaram com a universidade, e aniquilaram o partido dito comunista e os sindicatos ditos operários. Em todo lugar o espetáculo reina e governa.
Uma das suas últimas vitórias, da qual ele desde já pode se orgulhar, é de Ter, neste final de século, feito do direito ao trabalho, isto é, a escravidão assalariada, a reivindicação social central. Os estudantes, como de hábito, colocaram-se na vanguarda desse movimento. Só que o capital não necessita mais de tantos escravos para servi-lo. Ele continuará a empregar com o máximo de rendimento e a mais vil remuneração aqueles a quem ele fará acreditar que são uns privilegiados, posto que foram escolhidos pelos mestres.
Para os demais, o RMI* e o porrete.
OS patrões e o Estado não podem e nào querem mais pagar. Não passa pela cabeça de ninguém a idéia de que eles possam desaparecer. Os filhos das cidades, esse palestinos do espetáculo triunfante, sabem que nada têm a perder e nem a esperar do mundo com a forma que ele está adquirindo. De imediato, eles se afirmam como os inimigos do Estado, da economia e do regime de salários. Combatem regularmente as forças da ordem, recusam-se a trabalhar e roubam todas as mercadorias de que necessitam. Não foram eles que escolherem sua condição e têm razão em não apreciá-la. Mas aqueles que o colocaram lá sentirão, e já começam a sentir, sua dor.
O estudantes, que não têm direito nem mesmo ao RMI, são a partir de agora deliquentes sob sursis. Além de não terem nenhum futuro dentro do mercado de trabalho, terão perdido – até lá – a maior parte dos direitos que seus pais e avós tinham arrancado do Capital. Até meio século atrás, quase todos podiam tronar-se pequenos, médios ou altos executivos. Hoje, eles devem aceitar salários inferiores ao Salário Mínimo. Sem se dar conta, eles se encontram atualmente mais próximos das lixeiras da sociedade dos que dos cumes da sua antiga hierarquia. Eles devem simplesmente tomar consciência disso.
A inversão da perspectiva não pode, de maneira nenhuma, passar pelas soluções que já foram, há muito, previstas pelo próprio sistema: “a integração”, o “trabalho para todos”, “a reforma da educação” e outros garantias da seguridade social. A potência do espetáculo atual reside no fato de que ele governa não apenas o mundo que ele produz, mas também os sonhos que suas vitimas criam para escapar de seu reinado. Esse sonhos de hoje não passam, na realidade, dos pesadelos de amanhã. Pouco importa. O meio estudantil continua sendo seu maior alimentador. Os estudantes têm muita a aprender, com toda certeza, não com os professores, mas com os “marginais das cidades”, cuja lucidez é maior.
Com ou sem estudantes, o sistema dominante continuará a se construir contra todos. Eles podem optar por se tornarem cúmplices de seu próprio infortúnio. Mas devem pelo menos saber que não receberão nenhuma recompensa.

· RMI – Auxílio Desemprego Francês

Texto retirado do livro: SITUACIONISTA – Teoria e Prática da Revolução – Coleção Baderna Ed. Conrad

TRECHOS DOS SITUACIONISTAS (França entre 1967/1968)

"Mas a miséria real da vida cotidiana estudantil encontra a sua compensação imediata, fantástica , naquilo que é o seu ópio principal: a mercadoria cultural. No espetáculo cultural, o estudante reencontra com naturalidade o seu lugar de discípulo respeitoso.”

“A questão será sempre a de preservar seu nível cultural. O estudante se orgulha de comprar, como todo mundo, as reedições em livro de bolso de uma série de textos importante e difíceis que a cultura de massa dissemina num ritmo acelerado (a esse respeito, nunca será demais recomendar a solução, já praticada pelos mais inteligentes, que consiste em roubá-los). Só que ele não sabe ler. Ele contenta em consumi-los com o olhar”

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Confrontos em Paris.







A Revolta se Espalha.

Confrontos entre Estudantes e Policiais. Paris


Manifestações Estudantis.
Conflitos Policiais contra Estudantes.




Manifestações de 06 de maio.


Barricadas em Paris.

Liceu em greve.

A Revolta está no Ar.

Manifestações em Paris. 1968.

MAIO de 1968

06 - França -Intensa Lutas Estudantis. Líderes estudantis presos.
10 - França - Noite das Barricadas. Contra o autoritarismo e anacronismo da academia.
Um manifestação marchou por Paris e passou diante da prisão onde ainda se encontravam os líderes estudantis presos. Logo após, estudantes tomam o Bairro Latino e cercam à polícia que ainda se encontrava alojada na Sorbonne. Erguesem-se barricadas com o slogan era “Vamos cercar a polícia!”. Os conflitos ampliam-se.
Os Estudantes em mobilização ocupam mais universidade. Adesão de operários e funcionários.
11 - EUA - Marcha do Povo Pobre: Negros, Índios e Latinos.
12 -Sudão - Manifestações Estudantis
Argentina - Conflito ente Policiais e Estudantes.
13 - França - Manifestações Estudantis. As centrais convocam uma Greve Geral. Caminham lado a lado estudantes, membros das centrais e do PC (reformistas)
14 - Greve Geral Operária-Estudantil - 1 milhão nas ruas. Antes planejada para um dia, a greve se expande e estende para outras fábricas.
19 - Thecolosváquia - Manifestações.
21 - EUA - Manifestações do Povo Pobre
23 - Bélgica - Manifestações.
23 - França - O número de trabalhadores em greve cresce. Cerca de 10 milhões de trabalhadores aderiram ao movimento. Uma das maiores greves gerais na história do capitalismo, segundo alguns historiadores.
24 - Crise Política. Governo acena com um acordo por maiores salários e reforma educacional. Os Acordos de Grenelle. Mas não acena com a redução para 40 horas.
27 - França - Assembléias. Trabalhadores rejeitam a proposta.
29 - De Gaulle consegue apoio do General Massu (interviu na Argélia) e retoma uma ofensiva contra a Greve Geral. O PSF e PCF se colocam contra a greve geral para aderir ao jogo político institucional.
31 - Itália - Ocupação de Roma.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Por Uma Expansão Popular!

Nas últimas semanas foi apresentado aos representantes docentes do colegiado do Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (ICHF) o plano de expansão do instituto, intitulado “Projeto ICHF – Qualidade em Expansão”. Esse plano foi criado principalmente pela ação do professor Roberto Kant de Lima (Antropologia) e Francisco Assis Palharini (Chefe do Instituto e prof. Do Departamento de Antropologia). Esse projeto propõe a criação de um curso de graduação em segurança pública (presencial e a distância) e de antropologia. Além disso, como parte da “suposta” expansão é colocado a necessidade de criação de um novo prédio para atender as novas necessidades.
Esse Plano se insere dentro do contexto federal ao se articular muito bem com o REUNI, aprovado ano passado no Palácio da Justiça, cercado pela Polícia Militar.
Há muitos anos o Núcleo Fluminense de Estudos e Pesquisa (NUFEP), coordenado pelo Prof. Roberto Kant de Lima (Departamento de Antropologia), mantém um vínculo muito estreito com a Polícia Militar. Tornou-se referência da área de segurança pública com diversos acordos com o Comando da Polícia Militar e com a Guarda Municipal que passou a fazer aulas em cursos ministrados e organizados pelo NUFEP. Com o passar dos anos o referido professor ganhou poder e renome dentro do departamento, instituto e universidade.
Há cinco anos atrás subia a chefia do Instituto o prof. Palharini, ex-militante do PT, que depois de tentar implementar medidas administrativas por cima dos estudantes, recuou mediante os protestos iniciados no ICHF, coordenados principalmente a partir do DA Raimundo Soares - Ciências Sociais. Ao mesmo tempo os estudantes de História perdiam representação no seu colegiado. A administração Palharini soube como pouco utilizar a estrutura corporativa-feudal para conquistar um amplo apoio departamental, após conseguir apoio em pro - reitorias dentro da UFF, saber e com isso barganhar verbas para o ICHF. Além disso, conhece muito bem os trâmites burocráticos da universidade. Ganhou fama de bom administrador e espertamente deixou de entrar em conflito com os estudantes, bem mobilizados e representados no colegiado do ICHF, e atendeu seus pleitos e encaminhou pedidos a reitoria, como ônibus e verbas para encontros.
Portanto, o corporativismo do corpo docente aliado a estrutura antidemocrática da universidade, representando pelos feudos departamentais e dos colegiados, onde estudantes tem apenas 1/5 dos votos, na história nem isso mais, junto com o corpo docente em sua maioria conservador, para não dizer reacionário favoreceu a consolidação da influência do Prof. Roberto Kant Lima dentro do Departamento de Antropologia e do Diretor do Instituto Francisco de Assis Palharini, que ganhou apoio do “feudo” ichifiano com a imagem de bom administrador e com um discurso extremamente pragmático e corporativo para conseguir mais verbas para o ICHF.
Então, o Plano de Expansão do ICHF significa a junção política/administrativa dos dois professores, isso porque a política de expansão do ICHF está calcada na expansão de um curso de graduação vinculado ao prof. Kant e ao mesmo tempo consolida brilhantemente o nome do prof. Palharini, através da construção de um prédio, o que possibilita num próximo pleito eleitoral sua vitória. O que percebemos é uma caminhada pragmática do prof. Palharini para o campo conservador a fim de consolidar sua ascensão política na Universidade.
No plano acadêmico/político a tentativa de criação do curso de graduação em segurança pública é a consolidação da proposta a partir do NUFEP/Kant de uma aliança com os setores da “segurança pública” e sua definitiva consolidação neste campo. Ainda há uma visão totalmente corporativa de consolidar a Antropologia como ciência destinada a estudos das populações “africanas” e “indígenas”, consolidando assim falsas oposições cientifica.
Com o REUNI o governo começou a transformar a estrutura academicista da universitária sem destruir sua estrutura elitista. Para isso, como política nacional de educação, propôs a vinculação direta entre empresários e órgãos de segurança estatais com a universidade. Na prática hoje a universidade mantém uma estrutura antidemocrática com os 70-20-10 nas eleições e manteve seu elitismo, agora numa estrutura híbrida saindo de um modelo academicista para um modelo universitário empresarial.
O Plano de Expansão do ICHF representou isso tudo, primeiro porque se aproveitou da velha hierarquia anti-democrática universitária e segundo é a Universidade, e as ciências sociais, servindo os órgãos de repressão do estado, PM, GM e Forças Armadas, para reprimir com mais eficiência os anseios populares por melhores condições de vida e por mais liberdade e igualdade, política, cultural e econômica.
Além disso, o ICHF já sofre com falta de professores, segundo o próprio plano são necessários mais 96 professores, para os atuais cursos. E ainda temos os “doutores”, como o próprio Kant, se recusando a lecionar na graduação. Hoje, mal há disciplinas optativas oferecidas aos alunos. A dupla Palharini/Kant vai fazer uma verdadeira “reforma protestante” no ICHF, transformando o Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, no Instituto Superior da Polícia Militar e Forças Armadas. Não podemos esquecer dos recentes vínculos entre o departamento de Ciência Política, via Núcleo de Estudos Estratégico (NEST), coordenado pelo Professor Eurico Figueiredo, com as Forças Armadas brasileiras, que recentemente criticou a demarcação contínua das terras indígenas por ser uma ameaça a soberania nacional. Amanhã será um Antropólogo do Exército com autoridade cientifica, formado pela UFF.
Hoje, a universidade está cada vez mais vinculada aos projetos oficiais estatais e empresariais, como sugere o REUNI e todo projeto de Reforma Universitária, e ao mesmo tempo continua elitista, ao manter uma forma hibrida de estrutura de poder anti-democrática e inicia uma centralização de poder cada vez mais forte. Enquanto isso a PM e PF expulsa estudantes do Campus do Gragoatá e a assistência estudantil é totalmente deixada de lado por grande parcela dos professores, que investem em seus projetos vinculados a Polícia Militar, Boticário, Natura, Guarda Municipal, Petrobras e Forças Armadas.

Que expansão queremos?

Falar em expansão sem lutar por mais verbas para assistência estudantil, que é moradia estudantil com no mínimo 2000 vagas, melhoria do bandejão, melhoria da biblioteca, mais bolsas e de maior valor, é uma verdadeira falácia. Falar em expansão sem antes contratar os professores que faltam hoje é mais ainda. Falar em expansão sem pedir o fim do vestibular é uma total falácia. É conversa para boi dormir.
Queremos uma Universidade Popular, de massas, com acesso direto sem vestibular, com voto universal em todas as instâncias, com o fim do artigo da LDB que define o 70-20-10, o fim da estrutura elitista que permite a criação desses cursos. O fim das fundações. Queremos a universidade do lado dos explorados e oprimidos, e não ajudando a polícia e o exército em suas ações e em seus discursos.
Para isso temo que ocupar, fazer barricadas, convocar os movimentos sociais e os setores combativos do movimento sindical para impedir que esse projeto passe e com isso ganhar mais força para fazer uma luta nacional combativa com piquetes, manifestações e barricadas. Chega de reivindicar. Resistir, Conquistar e Ocupar! Os ouvidos da Nomenklatura Universitária só escutam as vozes do estado e do capital.

Pela Universidade Popular! Voto Universal em todas as Instâncias!
Ocupar o ICHF e Destruir o Projeto de Expansão!

A Destruição é um Ato Criativo!!

A barricada fecha a rua mas abre o caminho
Enfureçam-se!