sexta-feira, 27 de março de 2009

08 de Março: Dia internacional da mulher trabalhadora!


“Deve estar convencido, conosco, de que a mulher, diferente do homem, mas não inferior a ele, inteligente, trabalhadora e livre como ele, deve ser declarada, em todos os direitos políticos e sociais, semelhante a ele”.

“É preciso que compreenda que não existe liberdade sem igualdade e que a realização da maior liberdade na mais perfeita igualdade de direito e de fato, política, econômica e social ao mesmo tempo, é a justiça”. BAKUNIN, O Programa da Fraternidade.

Em 1922 que oficialmente iniciaram as comemorações do dia 08 de março pelo Dia Internacional da Mulher que celebram as lutas encampadas por mulheres em diferentes países.

O mais conhecido dos acontecimentos é a greve dos operários têxteis de Nova York (shirtwaist makers) que durou de novembro de 1909 a fevereiro de 1910. A maioria dos grevistas eram mulheres e por isso essa foi considerada a primeira greve de mulheres de grande amplitude denunciando as condições de vida e trabalho. Outro episódio bastante conhecido foi o incêndio que ocorreu no dia 25 de março de 1911, nos EUA, na Triangle Shirtwaist Company (Companhia de Blusas Triângulo), uma fábrica têxtil que empregava 600 trabalhadores, a maioria mulheres imigrantes judias e italianas, com idade entre 13 e 23 anos. Porém, o episódio mais importante na história do dia 08 de março, que traz a mulher como protagonista e não como vítima, foi à greve de tecelãs e costureiras que explodiu em 1917, em Petrogrado, na Rússia. Nesse dia, um grande número de mulheres operárias, na maioria tecelãs e costureiras saíram às ruas em manifestação por pão e paz e declararam-se em greve.

Algumas manifestações já haviam sido feito em Chicago, mas tinha uma conotação burguesa que reivindicava o empoderamento da mulher em relação ao homem que não associava a igualdade econômica e social, mais preocupada exclusivamente em conquistar o voto feminino. Tal prática política está incrustada nos partidos políticos legais da “esquerda”, como PT, PCdoB, PSOL e PSTU.

O dia 08 de março não é o dia de qualquer mulher, principalmente daquelas que a mídia burguesa tenta impor como referência de modo a garantir a reprodução de um padrão de beleza e comportamento impostos às mulheres como parte de uma política machista de controle produzida pela sociedade capitalista. A imagem da mulher é transformada em produto, seja para vender mais, como nos comerciais de bebidas e roupas, ou para utilizar a mulher como simples objeto de desejo sexual.

Assim, a libertação da mulher só é possível numa sociedade justa, igualitária e sem classes, conquistada através da Revolução Social. A referência das mulheres deve ser a greve por elas iniciada, como na Revolução Russa, como a organização de motins contra o aumento do pão na França, como na luta pelos corpos dos filhos assassinados na ditadura, como fazem as Mães da Praça de Maio na Argentina, e como na luta contra o assassinato de jovens mortos nas periferias brasileiras.

“O dia da mulher ou dia da mulher trabalhadora é um dia de solidariedade internacional e um dia para relembrar a força e a organização da mulher proletária”,

Alexandra Kollontai, revolucionária russa, em 1920.

2 comentários:

Razek Seravhat disse...

Baseado em que você afirma que o P-Sol e PSTU só estão interessados em ganhar o voto feminino?

Anônimo disse...

Baseado na prática eleitoreira e burocrática de tais partidos, que não consideram os indivíduos(diga-se homens e mulheres) como sujeitos dotados de capacidade para ação. Assim tais partidos representam os "interesses" do povo através da eleição!!!