segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Memória do Movimento Estudantil

Eduardo Collen Leite, o Bacuri
PRESENTE!



Eduardo fez seus estudos em São Paulo, para onde sua família se mudou.

Muito jovem começou sua militância política, integrando-se à POLOP.

Em 1967, foi incorporado ao Exérctio, servindo na 7ª Companhia de Guarda e, posteriormente, no Hospital do Exército, no bairro do Cambuci.

Em 1968, vinculou-se à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), da qual se retirou para fundar a Rede Democrática (REDE), em abril de 1969. Posteriormente, Eduardo, juntamente com outros componentes dessa organização, passaram para a Ação Libertadora Nacional (ALN).

O assassinato de Eduardo Leite, o “Bacuri” é um dos mais terríveis dos que se tem notícia, já que as torturas a ele infligidas duraram 109 dias consecutivos, deixando-o completamente mutilado.

Foi preso no dia 21 de agosto de 1970, no Rio de Janeiro, pelo delegado Sérgio Fleury e sua equipe, quando chegava em sua casa. Passou pelo CENIMAR/RJ e DOI-CODI/RJ, onde foi visto pela ex-presa política Cecília Coimbra, já quase sem poder se locomover.

Do local da prisão, Eduardo foi levado a uma residência particular onde foi torturado. Seus gritos e de seus torturadores chamaram a atenção dos vizinhos, que avisaram a polícia. Ao constatarem de que se tratava da equipe do delegado Fleury, pediram apenas para que mudassem o local das torturas.

Após ser torturado na sede do CENIMAR, no Rio de Janeiro, Eduardo foi transferido para o 41° Distrito Policial, São Paulo, cujo delegado titular era o próprio Fleury.

Novamente transferido para o CENIMAR/RJ, Eduardo permaneceu sendo torturado até meados de setembro, quando voltou novamente para São Paulo, sendo levado para a sede do DOI/CODI. Em outubro, foi removido para o DEOPS paulista, sendo encarcerado na cela 4 do chamado “ fundão” (celas totalmente isoladas).

No dia 25 de outubro, todos os jornais do país divulgaram a nota oficial do DEOPS/SP relatando a morte de Joaquim Câmara Ferreira (Comandante da ALN), ocorrida em 23 de outubro. Nesta nota, foi inserida a informação de que Eduardo Leite havia conseguido fugir, sendo ignorado seu destino. Foi encontrado nos arquivos do DOPS, a transcrição de uma mensagem recebida do DOPS/SP pela 2ª seção do IV Exército, assinada pelo coronel Erar de Campos Vasconcelos, chefe da 2ª Seção do II Exército, dizendo “que foi dado a conhecer a repórteres da imprensa falada e escrita o seguinte roteiro para ser explorado dentro do esquema montado”. O tal roteiro falava da morte súbita de Câmara Ferreira após ferir a dentadas e pontapés vários investigadores. E mais adiante diz “Eduardo Leite, o ‘Bacuri’, cuja prisão vinha sendo mantida em sigilo pelas autoridades, havia sido levado ao local para apontar Joaquim Câmara Ferreira (..).

Nenhum comentário: